
Seborréia: tipos e tratamento
01/07/2010 18:07No cão, assim como no homem, existem anomalias cutâneas que se traduzem numa pele gordurosa e mal cheirosa. As suas causas e os meios de tratamento são múltiplos.
A SECREÇÃO SEBÁCEA NO CÃO
Toda a pele do cão, com exceção do nariz e das almofadas digitais e plantares, está provida de glândulas sebáceas. Em algumas áreas elas são muito abundantes, em particular, na linha superior, na base de cauda e na região do queixo. As glândulas sebáceas estão ligadas a cada pêlo ou grupo de pêlos; quanto mais curto ou duro for o pêlo, maior será o tamanho da glândula sebácea associada, e esta conformação explica as muitas predisposições e as localizações das enfermidades das glândulas sebáceas.
As glândulas sebáceas produzem sebo. O sebo do cão tem uma composição complexa: colesterol, ceras e ácidos graxos. Estes últimos são muito mais abundantes quando ocorre a seborréia. O sebo dá ao pêlo um aspecto suave e lustroso, formando uma película sobre a pele e os pêlos. As suas funções são múltiplas: impermeabilização da pele, proteção química, regulação da acidez da pele e talvez uma ação contra as bactérias e os fungos. Na sua produção intervêm muitos fatores (VER ESQUEMA). O excesso de sebo propicia uma proliferação bacteriana que acidifica a pele, uma inflamação que acelera a eliminação dos fragmentos da camada córnea e os aglutina tornando-os visíveis em forma de escamas e, provoca um forte odor desagradável. Estes sintomas indicam a presença de uma seborréia.
A Seborréia
Com este termo designa-se um conjunto de transtornos que afetam a produção de sebo e de queratina (camada córnea sob a pele). A maioria dos casos são conseqüências de uma doença subjacente, e distinguem-se três aspectos:
- a seborréia seca que, como o seu nome indica, se traduz por uma pelagem sem brilho e acompanhada da produção de caspa (escamas); é particularmente freqüente em raças de pêlo liso (Dachshund, Pinscher...) assim como no Pastor Alemão e no Setter Irlandês;
- a seborréia gorda e oleosa, que é caracterizada por uma pele gordurosa ao tato; o odor que o animal desprende é muito forte; ocorre mais no grupo dos Spaniels e nos Cockers;
- por último, existem formas particulares freqüentemente associadas a sobre infecções localizadas na pele produzidas por estafilococos.
As doenças seborréicas são generalizadas ou localizadas, primitivas ou secundárias a outra doença. As seborréias primitivas afetam especialmente algumas raças predispostas como, por exemplo, os Springers, mas também podem aparecer em qualquer cão, sem que se consiga descobrir nenhuma causa.
As seborréias secundárias
Entre as causas mais comuns de seborréia encontram-se numerosas doenças parasitárias: sarna ptiríase (piolhos) e principalmente uma doença do cão jovem - a demodicose (sarna demodécica) - causada pela proliferação de um parasita no folículo e na glândula sebácea.
Existem doenças alérgicas que freqüentemente se complicam com seborréia. Também entre as causas das modificações da composição do sebo, quase sempre, se detectam transtornos hormonais; este é, em particular, o caso das doenças da tiróide, das glândulas supra-renais e da demodicose (sarna demodécica). Alguns medicamentos utilizados, durante muito tempo, em doses fortes também podem provocar o desequilíbrio da secreção sebácea.
Regimes alimentares desequilibrados ou deficientes são, também, uma das causas mais usuais destas anomalias cutâneas, assim como o uso de xampus inadequados para o cuidado da pelagem.
O excesso de calor ou a falta de umidade, freqüentes nas casas com calefação durante o inverno, ou em regiões quentes e secas são a razão pela qual os cães que vivem ao ar livre têm, muitas vezes, uma pelagem mais lustrosa do que os cães de interior de casa que, no entanto, estão melhor cuidados. A seborréia é uma complicação freqüente nas dermatoses com inflamação da pele.
As seborréias localizadas
O cão, assim como o homem, pode ter acne. No cão jovem, localiza-se no queixo. A acne é um transtorno freqüente nas raças braquicéfalas de pêlo curto como o Boxer.
No dorso da cauda do cão, em direção à base, encontra-se uma área oval muito rica em glândulas sebáceas. Esta "glândula da cauda" é freqüentemente afetada ao mesmo tempo que o resto do corpo. Observa-se, então, uma área oval sem pêlos onde a pele está um pouco brilhante e levantada.
Nas costas e no pescoço dos cães adultos ou velhos, predispostos às seborréias, podem formar-se "quistos" que contêm uma substância pastosa, assim como pontos negros ou cravos, particularmente visíveis em volta dos mamilos.
O canal auditivo é, muitas vezes, sede de seborréias que podem estar associadas a tona seborréia generalizada ou à presença de parasitas na orelha.
Tratamento
Levando em consideração a grande variedade de causas, o tratamento das seborréias exige um diagnóstico preciso. Freqüentemente, o veterinário terá que realizar exames complementares.
A higiene da pele e da alimentação é fundamental para prevenir ou atenuar estes transtornos. Deve-se evitar a utilização muito freqüente de xampus irritantes ou detergentes que não fazem senão agravar a doença depois de uma melhora aparente e passageira.
A escovação regular do pêlo permite eliminar os pêlos mortos e faz com que o sebo se desprenda ao mesmo tempo que tonifica a pele. Será necessário reduzir a porcentagem de glicídios na dieta, que às vezes é excessiva, e incluir ácidos graxos essenciais, biotina ou vitamina B6. Em seguida, o tratamento costuma ser acompanhado da aplicação de xampus anti-seborréicos.
FONTE: https://www.dogtimes.com.br/seborreia.htm
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